Os jovens da Geração Z, formada por pessoas com idade de 14 a 29 anos, são aqueles que relatam atravessar maior dificuldade financeira, segundo dados da pesquisa O Futuro da Relação do Brasileiro com o Dinheiro e as Finanças, divulgada pela Croma Consultoria.
Quem é da Geração Z? São consideradas desse grupo pessoas nascidas aproximadamente entre 1995 e 2010 (algumas classificações colocam o início no final dos anos 90 e o término até 2012). São homens e mulheres que cresceram com a tecnologia digital ao seu redor, o que influenciou profundamente seus modos de interagir com o mundo, consumir informação e se expressar.
Grupo é o que mais declara ter problemas com dinheiro. Segundo o estudo realizado no primeiro trimestre de 2024, 47% desses jovens relatam ter uma situação financeira "ruim ou muito ruim". O cenário é "regular" para outros 36% e apenas 16% dizem atravessar momento "bom ou muito bom".
Dificuldade reflete o ingresso no mercado de trabalho. A pesquisa destaca que os jovens sofrem com salário iniciais mais baixos e o alto volume de desemprego juvenil. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam a situação ao ilustrar que 16,8% da Geração Z estavam desempregados no primeiro trimestre. A taxa nacional no período foi de 7,9%.
Mais velhos são aqueles que relaram menos dificuldade. Entre os chamados Baby Boomers, que já superaram os 59 anos, a situação financeira é "boa ou muito boa" para 27%, "regular" para 51% e "ruim ou muito ruim" para 22%. Entretanto, a maior parcela de satisfeitos (30%) está na Geração X, com idade até 58 anos. Para os Millenials, que têm no máximo 42 anos, a soma das avaliações "regular" e "ruim" atinge 77%.
Baby Boomers são os mais pessimistas sobre o futuro. Na avaliação de 22% do grupo de entrevistados mais velhos, a situação financeira "vai piorar" nos próximos dois anos. O estudo atribui o ceticismo à maior experiência com flutuações econômicas. Por outro lado, mais de 80% das Gerações X, Z e Millenial enxergam chances de melhora.
Situação é ruim para quase um terço (31%) dos brasileiros. Na análise entre todas as gerações entrevistadas, um quarto da população (24%) relata que o ambiente financeiro é positivo. Para 44%, a situação é avaliada como "regular". O retratado favorável é significativamente maior entre os mais ricos, grupo com 59% de avaliação positiva da situação financeira.
Maior sentimento negativo é relatado pelas classes D e E. Para 87% dos integrantes das faixas de renda mais baixas, a situação era "regular" ou "ruim" nos primeiros três meses deste ano. A percepção negativa cai conforme o aumento da renda: classes C (79%), B (59%) e A (41%).
Inadimplência e inflação pesam no bolso dos mais pobres. O estudo avalia que a perspectiva mais positiva da classe A é alinhada com os menores índices de endividamento e inadimplência do grupo. Na contramão, os integrantes da classe C enfrentam problemas associados à alta dos preços, que exige um esforço maior para administrar as dívidas e fazer com que os salários se encaixem no custo de vida.
Classe C é a mais otimista para os próximos dois anos. Apesar dos relatos de dificuldade no ambiente atual, 83% dos brasileiros do grupo dizem prever que a situação financeira vai melhorar.
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